Apesar de tudo, continuamos amando,
e este "apesar de tudo" cobre o infinito.
Esta frase do filósofo Cioran expressa a extensão
dos nossos obstáculos amorosos.
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Apesar de termos acreditado na eternidade dos nossos sentimentos
e depois descobrirmos que nada mantém-se estável por muito tempo,
continuamos amando.
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Apesar de termos sofrido noites inteiras por amores que não se
concretizaram ou que foram vagos ou pueris,
continuamos amando.
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Apesar de termos sido rejeitados, apesar de o nosso amor
não ter sido suficiente para encantar o outro e fazê-lo permanecer ao nosso lado,
continuamos amando.
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Apesar de todos os livros escritos, todas as sentenças filosóficas,
todas as análises terapêuticas e todos os exemplos de paixões falidas,
continuamos amando.
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Apesar de não termos mais 15 anos e estarmos numa idade
em que os outros acreditam que o nosso coração envelheceu,
continuamos amando.
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Apesar de a pessoa que a gente ama sentir por nós um amor de amigo,
um amor fraterno, um amor camarada que nada faz lembrar
o amor ardente que a gente deseja e sonha,
continuamos amando.
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Apesar de a gente saber que o amor acaba,
que o amor talvez nem seja pelo outro,
mas apenas uma projeção do amor que a gente tem por nós mesmos,
continuamos amando.
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Apesar da falta de grana, das desilusões com a política,
do cansaço no final do dia, dos projetos que não foram adiante,
do tempo que nos falta e do medo que nos sobra,
continuamos amando.
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Apesar da chuva que não permite o passeio de mãos dadas,
do espaço compartilhado que não permite privacidade,
da desaprovação dos que nada têm a ver com o assunto,
continuamos amando.
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Infinitamente,
apesar de tudo e todos e apesar de nós mesmos,
continuamos amando ...
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Postado por Cecilia Dantas às 16:49
Um comentário:
perfeito!
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